quinta-feira, 12 de julho de 2012

As Meias no Desporto....


O porquê deste meu interesse nas meias? 

Nas provas por vezes comento o facto das meias serem importantes para mim. Levei cerca de 2 anos a acertar com as mais correctas e as melhores meias para mim…. Assim como com os ténis!!!

Sempre, mesmo sem ser no desporto tive problemas com os pés… sensíveis demais ….
No ginásio é fácil controlar esse problema mas nas corridas de rua não, NÃO MESMO!

Com frequência ouço dizer “pois és muito fina, para mim qualquer meia serve” até as mais baratas.
Pois para mim não é questão de preço, é uma questão de conforto e é a diferença entre ter os pés “assados” ou não, ter bolhas ou não….

E afinal não estou tão errada quanto isso porque encontrei um texto com uma excelente explicação.

Vou transcrever o texto que está no site: 

As Meias no Desporto
Esquecidas, mas importantes…

Introdução:
Existem muitas pessoas, incluindo muitos profissionais de saúde, que negligenciam o trabalho de prevenção de lesões no membro inferior durante a pratica desportiva, que um par de meias adequado pode fazer.

É muito frequente ver que alguns profissionais de saúde dão conselhos para a utilização de meias que são desadequados para a prática desportiva, este factor explica-se, entre outros factores, simplesmente pelo facto de na formação da maioria desses profissionais, o tema das meias e tecidos ser pouco aprofundado.

Estes profissionais são muitas vezes confrontados com pedidos de ajuda para a selecção das meias mais adequadas para a pratica desportiva, não tendo um domínio absoluto sobre o assunto, a maior parte desses profissionais acaba por se guiar pelo chamado “senso comum”, que por vezes acaba por não se adequar, além do mais a evolução dos materiais e tecnologias do fabrico das meias tem acontecido a um ritmo alucinante, que mesmo os vendedores especializados por vezes sentem dificuldades em obter informação sobre as características destes novos materiais.

A primeira referência histórica desta peça de vestuário, reporta ao século V, feitas pelos matérias disponíveis na natureza tal como o algodão ou a lã.

Com o advento dos materiais sintéticos, as meias entraram na especialização, hoje além do design e material ou mistura de materiais adequados para cada pratica desportiva, existem mesmo meias desenhadas tendo em conta a ergonomia e pontos de pressão de cada pé (esquerdo e direito) individualmente.

O objectivo deste texto é reunir dados científicos sobre quais são os materiais adequados, quais são os factores a ter em conta para uma correcta selecção de meias para a pratica desportiva e qual é a sua importância na prevenção de lesões no membro inferior.

O calçado por natureza é um ambiente fechado e húmido, o pé humano possui cerca de 60,000 glândulas sudoríferas (120,000 o par), que produzem, em média cerca de 240 ml de suor (quase um quarto de Litro) por dia, em condições extremas (dias húmidos ou na pratica de desporto) estes valores podem chegar ao dobro.

Daí a importância da capacidade de gestão da humidade para o conforto e higiene dos pés.
Sabemos que o pé húmido (pele húmida) é mais facilmente irritável (bolhas), além de mais facilmente colonizado por microorganismos, ou mais permeável a substâncias irritantes (como por exemplo colas ou químicos utilizados na fabricação do calçado).

Também é verdade que o pé calçado sofre forças de pressão e abrasão (ainda mais intensas durante a prática de actividades desportivas), que são as principais causadoras das lesões dérmicas.

Principais lesões directamente ou indirectamente relacionadas com as meias:
Lesões ungeais; Hematoma sub ungeal, onicomicose, onicogrifose,
Lesões dermatológicas: LEDs (lesões elementares dermatológicas), nomeadamente bolhas de abrasão, hiperqueratose, heloma durum/mole.
Infecções; Infecções por fungos, bactérias, vírus ou leveduras.
Lesões por causas mecânicas: capsulites, bursites
Lesões por causas mecânicas contra proeminências ósseas: sesamoidites, halux valgus.

As Fibras:
Como já foi afirmado, é muito comum vermos citações e conselhos dados por profissionais de saúde acerca das meias adequadas a utilizar para a prática desportiva errados, baseados mais no “senso comum” que em estudos ou dados científicos, e o senso comum normalmente é a recomendação de meias fabricadas em algodão, evitando as chamadas fibras sintéticas ou químicas.
Até 1989 não existiam estudos relacionados com a eficácia das diferentes fibras na capacidade de evacuação do suor .
Kirk M. Herring e Douglas H. Richie realizaram um estudo onde se pode observar que mediante a utilização de meias compostas de fibras químicas se reduziu a ocorrência de bolhas, (21% de ocorrência contra 33% em meias de algodão).

No entanto as meias utilizadas (tanto as de algodão, como as de fibra de origem química) tinham sido fabricadas com uma felpa muito densa, quando os mesmos autores realizaram um estudo semelhante com meias genéricas (sem felpa densa), falhou em demonstrar claramente a superioridade das fibras químicas na redução das bolhas sobre o algodão, o que levou os autores a afirmarem que, além da composição, uma felpa densa é um dos factores essenciais para a prevenção das bolhas.

As fibras que absorvem a humidade são designadas por hidrófilas, enquanto as fibras que repelem a humidade são hidrofóbicas, o algodão retém três vezes a humidade das fibras químicas, e 14 vezes a humidade da fibra Coolmax©.

Quando expostas ao ar ambiente, as meias de algodão retêm a humidade por um período de tempo 10 vezes maior que as fibras químicas.

Fibras por ordem decrescente da sua capacidade hidrófila:
Algodão, Lã, Coolmax©, poliéster, polipoprilene.

A capacidade hidrófila das fibras é desejável, no entanto a quantidade de suor produzido durante a actividade desportiva pode chegar ao meio litro por pé, ultrapassando a capacidade hidrófila de qualquer material utilizado para a fabricação de meias (o material acaba por saturar, impossibilitando mais absorção de humidade), assim a melhor forma de lidar com esta humidade é a utilização de calçado respirável (como por exemplo rede de nylon/poliamida), onde o ar ajuda à evaporação do suor através do efeito hidrófobo das fibras das meias

A Felpa
Porque razão a felpa densa influencia o resultado dos estudos? A marinha Norte Americana, alarmada pela incidência das bolhas nos recrutas efectuou um estudo onde se pode observar que os recrutas que utilizavam as meias mais densas foram responsáveis por 11% do total das bolhas, contra 28% das meias mais finas (chamadas no estudo de “standard”)
As meias produzidas com fibras naturais (Algodão-Lã) quando absorvem a humidade, comprimem a felpa mais facilmente que as meias feitas em fibras químicas (poliéster, coolmax©, ao mesmo tempo as fibras naturais incham sob o efeito da humidade (45% algodão, 35% lã, contra menos de 5% das fibras químicas), estes dois factores reduzem os espaços com ar no interior da meia, reduzindo desta forma a capacidade de transporte do suor.
Assim podemos afirmar que quanta mais densa e firme for a felpa das meias (normalmente as meias técnicas desportivas, fabricadas a partir de fibras químicas possuem uma felpa mais densa e durável), maior será a sua capacidade de evitar as bolhas porque o efeito de evacuação do suor é mais eficiente.

As Meias Duplas:
Um estudo feito em 1993, com 1079 recrutas da marinha norte americana, testou 3 tipos diferentes de meias, o primeiro grupo utilizou as meias standard da marinha, feita de uma combinação de lã-algodão-nylon(poliamida)-elastano. O segundo grupo utilizava a mesma meia standard, mas com uma meia interior de microfibra de polyester (coolmax©), e o terceiro grupo utilizava um protótipo muito denso e com bastante felpa, fabricado em lã-polipropilene, com a mesma meia interior do segundo grupo, a conclusão deste estudo, demonstrou que a utilização da meia interna de coolmax© (grupo 2), com a meia densa reduziu a frequências de bolhas, comparando com a meia simples (40% contra 69%). Adicionando a meia interior em coolmax© à meia standard reduz significativamente a incidência de lesões que requerem visitas à enfermaria (24% standard, contra 9.4% standard mais meia interior).
Podemos assim concluir que a utilização das meias interiores (ou a versão moderna chamada meia dupla/dupla face) reduz significativamente o aparecimento de bolhas, alguns fabricantes de meias com este tipo de tecnologia especulam que as forças de fricção exercidas neste tipo de construção passam para entre as duas camadas de material, evitando desta forma que aconteça entre o calçado e os pés, ou entre as meias e a pele.

A Acomodação Correcta
Utilizar o par de meias adequado por si só não é uma forma de prevenir o aparecimento de lesões, os diferentes factores a ter em consideração são:
Calçado, Palmilhas, Meias
Sem contar com os factores externos, tais como; morfologia, biomecânica, excesso de treino. etc.
Estes intervenientes devem trabalhar em conjunto para melhorar a eficácia de cada um deles individualmente.
O Instituto para a prevenção da saúde dos pés (www.ipfh.org), além de outras instituições, e entidades relacionadas com a saúde e bem-estar dos pés recomendam o seguinte protocolo para a correcta acomodação dos pés:

1. Medição correcta dos pés descalços, utilizando um Brannock device
(www.brannock.com), seguida da escolha das meias adequadas à actividade a realizar e nova medição dos pés com as meias calçadas (um estudo efectuado por Douglas H. Richie, Jr demonstrou que a utilização de meias especificas de desporto com felpa densa aumenta o tamanho medido em 77% dos casos) (3).
2. Escolher as palmilhas ou ortóteses/ortéses adequadas (se necessário).
3. Escolher o calçado adequado, ás necessidades específicas da modalidade e ás necessidades individuais do praticante, (tipo de pé, morfologia, biomecânica, etc.)

Protocolo de acomodação:
1º Inspeccionar o pé.
2º Escolher as meias adequadas
3º Medir os pés (com meias calçadas)
4º Escolher palmilhas (ou ortoteses se necessário)
5º Escolher calçado adequado


As meias Além do Desporto:
O Instituto para a prevenção da saúde dos pés (www.ipfh.org), patrocinou alguns estudos sobre a utilização das meias, nomeadamente um estudo sobre a relação entre a pressão plantar e as meias em pacientes diabéticos com sensibilidade reduzida, que demonstrou a eficácia das meias na redução da pressão plantar, ou um outro estudo em que se demonstrou a redução em 51% dos sintomas de dor relatados por pacientes com artrite reumatóide.

Conclusões:
O papel das meias na prevenção de lesões no membro inferior (dérmicas) é de um modo geral subestimado.
Muitas pessoas (incluindo muitos profissionais de saúde) crêem que as meias mais eficazes para a prevenção das lesões são as fabricadas em 100% algodão, esta crença está desajustada da realidade, Vários estudos demonstraram que as meias fabricadas em fibras químicas (por exemplo; poliéster ou poliamida) provaram ser superiores, no papel de prevenção de bolhas, nomeadamente os modelos que possuem uma felpa densa, ou dupla camada (o que contraria a crença que as meias mais eficazes para certos tipos de desporto como corrida são as mais finas).
As fibras químicas devido à sua superioridade em evacuar o suor e de manter uma felpa densa por mais tempo durante a vida útil das meias, são mais adequadas para a fabricação de meias técnicas desportivas (especialmente as microfibras como por exemplo o poliéster da marca registada, Coolmax©).
A utilização de dois pares de meias ou das chamadas meias duplas contribui para a redução das forças de pressão/abrasão, diminuindo desta forma a incidência de lesões.
A melhor forma de evitar as lesões de pressão e abrasão no membro inferior é através da correcta escolha e utilização de todos os intervenientes na acomodação dos pés; Meias, palmilhas (ortóteses/orteses quando necessário) e calçado.
A acomodação correcta é de importância vital para que o efeito das meias seja correcto, para tal é necessário notar, que ao se utilizar meias com felpa densa (ou mais de um par) o tamanho do pé aumenta em 77% dos casos, obrigando à escolha de calçado um tamanho maior ao normalmente utilizado.
Além do importante papel na prevenção de lesões no membro inferior durante a prática desportiva, as meias podem desempenhar um papel muito importante noutros campos como na prevenção de úlceras plantares em pacientes diabéticos, ou na redução dos sintomas de dor em pacientes com artrite reumatóide.



 

terça-feira, 3 de julho de 2012

CORRIDA DAS FOGUERIAS


Nem sei por onde começar...

Pelo inicio... claro!

Para mim a Corrida das Fogueiras começou no Campo Grande de onde partiu a camioneta cheia de membros do Portugal Running e foi graças ao Miguel Pinho que com toda a paciência conseguiu este transporte a um preço bastante acessível... além disso íamos todos juntos!

A festa tinha começado antes... em conversa, e o entusiasmo era grande, a expectativa também, porque muitos de nós não conhecíamos esta prova de que se diz maravilhas!

Na partida, quase parecíamos os "putos" que vão para escola e eu agarrei-me logo a maquina fotográfica para poder ir registando os acontecimentos. Tenho pena que não seja tão rápida quanto gostaria para poder apanhar todos os momentos, todas as expressões, mas para isso teria que arranjar uma melhor para levar e acaba sempre por ser um peso!

No caminho para lá nem me sentei, queria falar com todos e distribui umas bolachinhas para que não sentissem fraqueza hehehehe .... houve quem me chama-se de "mãezinha".... gozam mas gostaram das bolachinhas, essa é que é essa!!!

Não dizem que a corrida está aliada ao convívio e à comida? Então?
Chegámos finalmente a Peniche e logo que descemos da camioneta tivemos vontade de voltar para dentro dela... um frioooooo !!!!

Fomos levantar os dorsais e tentar arranjar um dorsal extra para o Jorge, ele não conseguiu inscrever-se a tempo. O Nuno Santieiro dos R4F arranjou um de uma pessoa que tinha faltado. Obrigada em nome do Jorge!

Encontrámos o Melo, o Albísio e tantos outros R4F assim como os Rail Runners, Georunners, o Fernando Andrade, o Fábio ... e é uma festa!

Fomos comer alguma coisinha porque já estávamos todos cheios de fome e ainda faltavam 2h30 para a prova...

Com a história dos dorsais acabámos por andar cá e lá em Peniche tipo passeio turístico que deu para algumas fotos :-)
Fomos finalmente para o recinto onde estava a partida. Aquecimento!!! Melhor... pior.... brincadeira aqui, fotografia ali... um alongamento e boa disposição.

No início da prova estava tudo bastante bem controlado e delineado pelos seguranças. No meu caso tudo era novo, não conhecia a prova nem Peniche.... nem estava a pensar em fazer melhor ou pior tempo, apenas participar e correr. O Miguel Pinho teve a gentileza de me emprestar uma lanterna para eu não cair no escuro... mas a meio da prova tive que a tirar porque me fazia impressão na cabeça.... se tivesse levado um chapéu e a lanterna em cima se calhar tinha sido melhor....

Partimos mais ou menos juntos mas rapidamente nos dispersámos e rapidamente também (para variar) fiquei sozinha e a olhar a ver se via alguém!

Vi... O Vital Lacerda que já ia disparado... conversamos que por causa da lesão dele era melhor começar mais devagar e acelerar para o fim, dava para haver um aquecimento e a prova eram 15kms.
A Carla André ficou para trás com a Andreia e o Carlos com a Paula.... Foi o que me disse o Vital e por isso resolvemos abrandar um bocadinho para eles nos apanharem...

Assim foi... praticamente fizemos a prova os quatro juntos e no meio da prova o Vital dizia que gostava de um dia fazermos uma prova todos juntos e terminarmos vinte e tal ao mesmo tempo na meta hehehehehe que vontade de rir!!! Ele? Um dos mais competitivos do grupo?



Vi-me aflita em algumas partes do percurso porque realmente não via e o pior era quando os olhos já se estavam a habituar ao escuro e aparecia uma fogueira e a luz feria-me a vista. Eu levava óculos graduados mas mesmo assim ....
Lembrava-me das palavras do Pedro da Silva antes da prova... a partir do 8km vai sempre no meio da estrada para não tropeçar... sempre até ao fim... mas mesmo assim torci o pé na berma.... mais ou menos nessa altura já me tinha perdido e estava escuro.. deixei de ver o Carlos, a Paula e o Vital. 

De repente ouvi o Vital gritar "anda para aqui para não caíres" e assim foi.
Fizemos os últimos kms os dois juntos e o Carlos acabou por ficar a acompanhar a Paula.... o Vital claro que acelerou, então nas descidas "mandou-se" .... e depois fomos a "dar-lhe" :-)

Gostei muito das pessoas na rua, da participação e do incentivo e fez-me lembrar a S. Silvestre da Amadora.... com cheirinho a mar!

Fiquei triste porque não vi as 33 fogueiras como eu pensava que iria haver :-(

A Carla André surpreendeu com um sprint final a ultrapassar o Carlos e a Paula. 
Achei giro quando ela me disse "tens razão nas dicas que me deste na Marginal à Noite, correr devagar demais massacra mais os músculos" !!! Fiquei super contente por ela ter ficado bem, ainda por cima no dia seguinte ia fazer o treino na areia....

Fomo-nos juntando todos e nunca vi prova em que nos dessem tanta água, adorei! Pessoas muito afáveis e simpáticas.

Estava na hora de mais umas míseras fotos porque já estava noite e não iam sair bem... mas faz-se o que se pode e pedimos para nos tirarem para ficarmos juntos. Não ficou o grupo todo porque uns já tinham acabado, outros ainda estavam a terminar... e fomos andando para a camioneta.

Sardinhas? Nem vê-las... já quase nem dava era tempo de comer e rapidamente tínhamos que nos despir porque o frio era bastante e depois de suados ainda era pior.

Esperto foi o Luís Afonso e o amigo que levaram as mulheres para lhes reservarem os lugares e enquanto nós andávamos de um lado para o outro estavam eles refastelados a comer umas sardinhas :-) quem sabe! sabe!!!

A seguir queríamos umas farturinhas.... mas tinha uma fila que não acabava.... voltamos ao local do crime já quase na hora da camioneta partir e assim foi, compramos umas farturas. Pela minha parte comi um bocado e fiquei mal disposta... fritos não é comigo e assim ainda pior!

Camioneta de abalada para Lisboa e a conversa era mesmo só dos tempos, das metas conseguidas ou não.... entretanto, fomos recebendo SMS da CM Peniche com os tempos....

Falamos sobre como treinar, como correr ou não na areia, no que faz mal ou bem... e foi assim que chegamos a Lisboa!

Alguns já iam a dormir ;)

Para o ano há mais e agora já a saber melhor o que fazer....

Fotos para recordar:


 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
foto do Fábio